sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Script das cenas da conversa de Batista e Tarso e também da derrota de Tati



CENA 17. MANSÃO. SALA.INT. DIA


CONT. NÃO-IMEDIATA DA CENA 11 DO CAP ANTERIOR. BATISTA, MUITO EMOCIONADO, CHORA. TARSO SORRI.


BATISTA — Meu, não tô acreditando! Meu filho... Tarso... depois de tantos anos...


TARSO — É, Batista... Eu tô me lembrando de você... Eu vi você antes... várias vezes... na porta do colégio...


BATISTA — Sim, eu sempre ia lá pra te ver...


TARSO — E eu achava que você era o pai ou motorista de algum outro garoto... porque você ia sempre lá de terno e gravata... na porta do colégio...


BATISTA — Foi assim que eu te vi crescer, meu filho: de longe...


TARSO — Eu lembro que uma vez cheguei a pensar: “puxa, queria que meu pai sempre viesse me buscar na porta do colégio, que nem esse cara aí” ..


BATISTA — Meu, vê só como são as coisas... Desculpe eu tá assim tão emocionado! Ah, quanto tempo eu sonhei com esse encontro!


TARSO — E por que nunca me procurou antes?


BATISTA — Ai filho... É uma história tão grande...


TARSO — É? Queria entender como as coisas aconteceram... Não sabia que você era meu pai verdadeiro... Até bem pouco tempo atrás eu não sabia que meu pai – o João Ricardo – na verdade não era meu pai biológico... Não sabia nem que você existia.


BATISTA — Então... é muita coisa pra gente falar, né?


SIMONE VEM COM EMPREGADA (FIGURANTE – MORENA OU LOURA, MAS NÃO NEGRA, PRA NÃO REFORÇARMOS ESTE ESTEREÓTIPO, POR FAVOR).


SIMONE — A dona Jandira passou esse café fresquinho que a Lisa vai servir pra vocês. Senta, gente, por favor. Batista, a casa é sua pra receber seu filho.


BATISTA — Obrigado, dona Pequenina. Minha nova patroa é o máximo. Senta, filho.


ELES SENTAM PRA TOMAR UM CAFEZINHO.


SIMONE — Quero que o Tarso se sinta muito bem-vindo nesta casa.


TARSO — Obrigado.


SIMONE — Bem, desculpem a interrupção mas um cafezinho sempre é bom companheiro de uma conversa, não é mesmo? Agora vou deixar vocês à vontade. Sei que têm muito pra conversar. Vamos, Lisa.


SIMONE SAI COM LISA.


BATISTA — Filho...


TARSO — Fala, Batista.


BATISTA — Seria pedir muito pra você me chamar de pai?


TARSO — É... ai... desculpe, mas é que... eu ainda preciso te ver como pai, entende? É um pouco difícil pra mim porque meu pai sempre foi o João Ricardo. Só descobri que você existia outro dia. E até agora não entendi porque fizeram isso comigo.


BATISTA — Ô, meu... às vezes a gente faz umas coisas que se arrepende pro resto da vida, manja? Mas na época eu e a Sandrinha, a gente se separou, ela conheceu o João Ricardo Borba Gato, que já era rico, grana de família, né?


TARSO — João Ricardo Borba Gato de Albuquerque Andrade.


BATISTA — Pois é, o nome impressiona, né? Aí achei que seria melhor deixar você com ele... achei que ele ia te dar uma vida melhor do que eu jamais poderia te dar...


TARSO — Do jeito que você fala parece que dinheiro é tudo. E não é não, sabia? Quem disse que dinheiro traz felicidade?


BATISTA — Não traz, mas ajuda muito, bitcho!


TARSO — O que traz felicidade é só uma coisa nesta vida: amor...


BATISTA — Você não sabe o que seu paizão aqui passou nessa vida!... Queria te dar uma vida melhor, entende? Por isso eu deixei as coisas acontecerem desse jeito...


TARSO — Você queria que eu fosse rico e por isso ficou longe de mim?


BATISTA — Queria... queria que você tivesse todas as oportunidades que eu não tive... queria que você fosse filho de bacana, morasse numa big casa, tivesse todos os brinquedos, os melhores colégios... aprendesse inglês, entrasse pra faculdade... tudo que eu não pude fazer na minha vida...


TARSO — E se afastou do seu único filho por causa disso?


BATISTA — Depois eu percebi que nada no mundo substitui o amor verdadeiro. Nada tem mais valor que o amor... E não tem amor mais verdadeiro que o amor de pai pra filho... de mãe pra filho... esse é eterno, pra sempre, manja? Foi por amor, por querer o melhor pra você, que eu fiquei longe esse tempo todo... E depois comecei a pensar: um dia vou falar a verdade, vou contar tudo... E fiquei esperando você crescer pra não te magoar... pra você ter idade suficiente pra saber de toda a verdade... saber que sou seu pai... e compreender, mas acabou que você descobriu sozinho, meu!


TARSO — É, na verdade, eu escutei sem querer uma conversa dos meus pais...


BATISTA — Eu gosto muito da Sandrinha, filho. E o Borba Gato... apesar de todas as diferenças, eu sou muito grato a ele por ter te criado tão bem. O cara te ama, meu. Eu tô sabendo. Mas esse coração aqui também tá cheio de amor por você, filhão... (T) Você contou pra eles que vinha aqui?


TARSO — Contei pra minha mãe. Pro meu pai achei melhor não falar, ele não ia entender... além do mais, os dois tiveram uma briga feia... minha mãe pediu a separação.


BATISTA — Como é que é, meu? A Sandrinha e o João Ricardo vão se separar?


NA REAÇÃO DE BATISTA.


CORTA PARA



CENA 22. dentro da caverna. ext. DIA


CONT. DA CENA ANTERIOR. MARCELO CAÍDO NO CHÃO, SAMIRA MANTENDO TATI SUSPENSA.


INSERIR EFEITO: TATI SUSPENSA NO AR.


TATI COMEÇA A SUFOCAR.


TATIANA — Ai... não tô conseguindo respirar direito...


MARCELO — Solta a minha filha! Eu faço o que você quiser!


SAMIRA — Faz mesmo, Marcelo? Que bom! Porque se não fizer, vou matar a menina num piscar de olhos!


MARCELO — Eu já disse. Pode soltar a Tati!


SAMIRA — Você promete se entregar a mim?


MARCELO — Prometo.


SAMIRA — Promete fazer todas as minhas vontades?


MARCELO — Prometo. Mas por favor, deixa a Tati em paz!


SAMIRA SOLTA TATI.


INSERIR EFEITO: TATI DESCE, TONTA E TOSSINDO.


MARCELO CORRE PRA ELA.


MARCELO — Tati? Cê tá bem?


TATIANA — (MUITO FRACA) Desculpe, pai... não consegui te defender...


TATI DESMAIA.


MARCELO — Filha! Fala comigo, por favor!


NO DESESPERO DE MARCELO.


CORTA PARA

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