domingo, 7 de setembro de 2008

Uma linda mulher: Confira entrevista com Natália Guimarães

Natália Guimarães gravou as últimas cenas da mulher-aranha, sua personagem na novela os Mutantes, da Record. Em paralelo, a ex-miss Brasil estrela a nova campanha da Hering, junto à atriz Alice Braga. Em entrevista exclusiva ao Buchicho, Natália fala da carreira iniciada, obviamente, por causa da beleza, mas que deve ser sustentada pelo talento.

A morte da mulher-aranha Ariadne, personagem da ex-miss Brasil Natália Guimarães, pode ser a despedida da garota de 23 anos da novela Os Mutantes da Record. Promete, entretanto, ainda mais: o deslanchar de uma carreira que acaba de começar. Por telefone, do Rio de Janeiro, a atriz e ex-miss Brasil de fala tranqüila e simpática conversou com o Buchicho no intervalo da gravação da última cena da novela. “São mais de seis dias gravando a cena da morte”, avisa, com ansiedade de quem se preparava para as duas últimas falas.

Agora, a dedicação será para o lançamento nacional, ainda sem data prevista, de seu programa + Moda, exibido pela Record Rio aos sábados. Nele, Natália mostra boas opções de compras em liquidações, segue dicas de especialistas sobre cuidados com a pele e cabelos e pede a famosos para ­escolherem looks.

Numa rotina apertada, entre compromissos de gravações e de campanhas publicitárias, Natália reserva sempre um tempo para voltar para casa dos pais, em Belo Horizonte, ficar com a família, ir à igreja, ao shopping e à praça que sempre freqüentou. E claro, namorar! Há cinco meses na ponte aérea Rio/São Paulo por conta do romance com o cantor Leandro, do KLB, Natália acha natural o assédio em torno da vida pessoal de artistas de televisão. “Não tem como ficar conhecida sem que as pessoas tenham o interesse de saber sobre nossas vidas”.

OP - Natália, é possível conciliar bem a sua rotina antes do sucesso e o ritmo frenético de uma gravação de ­telenovela?

Natália
- Para mim, o trabalho sempre vem em primeiro lugar. Mas também não abro mão das coisas que gosto de fazer. Quando estou em casa (em Belo Horizonte), vou domingo na mesma igreja, no supermercado, no shopping. Não é como antes, porque hoje as pessoas me conhecem. Vejo que as pessoas ficam felizes porque freqüento os mesmos lugares, levo meu namorado (o cantor Leandro, do KLB), e ele me levou para a missa do padre Marcelo. No tempo que sobra, gosto de voltar pra casa, ficar com minha mãe, passear com meu cachorro, namorar...

OP - Como você lida com o assédio e a invasão de privacidade por conta de namorar outro famoso, o Leandro do KLB?

Natália
- Não tem como ficar conhecida por um trabalho na televisão sem que as pessoas tenham o interesse de saber sobre nossas vidas. A maioria, eu vejo que é por gostar da gente, pelo carinho e isso eu acho muito bom. Agora, tem um tiquinho de areia no meio de uma praia que abusa. Mas no geral, só recebo energia positiva.

OP - E em relação ao assédio da mídia, como você lida com isso?

Natália
- Infelizmente, se a gente tem uma mídia que vende esse tipo de notícia é porque tem um público que se interessa. Acontece que existe uma intimidade nossa que ninguém vai conseguir registrar. Vendem imagens ou frases perdidas que passam longe da verdade. É uma novela paralela, mas sem nada de vida real.

OP
- Sua personagem na novela Os Mutantes, Ariadne, deixará a trama com a morte. O que você tirou da experiência de participar na novela?

Natália
- Foi maravilhoso! A cada dia, aprendia muito mais. Não adianta ficar só na teoria, a prática ajuda bastante. A Ariadne foi minha maior escola. Só trabalhando a gente percebe que nunca se está pronto, que sempre temos que melhorar, aprender mais, evoluir a cada cena, a cada fala. Se você achar que está pronta, não vai ter para onde crescer, não é mesmo?

OP
- A cena final da Ariadne já foi gravada? Como será essa morte?

Natália
- Hoje (última quarta-feira) vou gravar as duas últimas falas dela. A Ariadne será morta numa cena violenta. As gravações externas acontecem em São Paulo, em frente ao Museu do Ipiranga. Vai ser uma morte bem violenta, triste. Ela vai chorar, pedir perdão a Deus por não realizar seu sonho de provar do amor de mãe e poder dar o amor que ela nunca recebeu. Foram mais de seis dias gravando a cena da morte, porque ela tem muitos detalhes, efeitos especiais, tem explosão, sou presa a um cabo de aço...

OP - São mais difíceis essas cenas de ação?

Natália
- Pelo contrário, foram até mais fáceis de fazer, porque a cada dia a gente fica mais acostumada, curte mais até o último minuto.

OP - Quando a cena vai ao ar?

Natália
- Ainda não sei ao certo, mas acho que pelas próximas duas semanas.

OP
- Qual foi o momento mais difícil nas gravações da novela? Você sentiu alguma dificuldade?

Natália
- A minha personagem era meio assanhada (risos). Isso é um contraste muito grande comigo. Quando eu lia o texto, eu ficava assustada! Eu tinha que buscar uma inspiração de onde eu não tinha. Sou mais fechada, mas na minha, quietinha, não falo muito. Depois, fui descobrindo como fazer minha personagem ficar um pouco mais suave, até porque as crianças gostam da mulher-aranha, mesmo sendo ela uma vilã. Então, eu tento puxar para a inocência. Ela quer ser mãe, precisar acasalar, é disso que vêm as ações, não é por maldade. É como se fosse uma menina que está aprendendo as coisas da vida.

OP
- Com a saída da novela, quais os próximos projetos?

Natália
- O programa que eu apresento na Record local do Rio, + Moda, vai virar nacional, ainda está em fase de planejamento. Estou muito satisfeita, não quero parar de estudar.

OP - As novelas da Record têm conquistado cada vez mais o público e se percebe claramente o aumento dos investimentos nas produções. O que significa participar desse processo?

Natália
- Foi realmente uma experiência única, estar em uma empresa em que você tem chances de crescer. A vitória dela é nossa também. Trabalhamos com uma estrutura muito boa, percebemos que há um investimento na gente. Eu acho isso muito saudável, porque uma só emissora à frente da dramaturgia deixava muita gente com talento sem trabalho e isso não pode acontecer.

OP - O seu segundo nome é Aparecida, em homenagem à santa padroeira do Brasil. Mas você é religiosa, tem alguma crença?

Natália
- Sou católica e devota de Nossa Senhora de Aparecida. Esse nome tem uma história muito bonita, porque minha mãe o escolheu por causa de um sonho que ela teve quando estava grávida e a santa aparecia para ela. Hoje, rezo, sou devota. Já fui várias vezes à Basílica de Nossa Senhora de Aparecida (Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida), faço promessas, mas não pedindo algo. São promessas de agradecimento, pelo trabalho, pela carreira, pela saúde, são agradecimentos mais gerais.

OP - Sua eleição para Miss Brasil em 2007 marcou o que seria a volta dos holofotes para o concurso de beleza Brasil. Você ganhou popularidade e o gosto do público. A que você atribui essa identificação?

Natália
- Acima de tudo, o mais importante é ter fé. Em Deus e em nós mesmos. Eu acho de verdade que, se cada um acreditar, pode-se chegar onde se quer. Isso não significa somente o primeiro lugar. No concurso, por exemplo, eram todas lindas, porém o mais importante era mostrar a luz que cada uma tem dentro de si. Eu não me achava a mais bonita nem do Brasil e muito menos do universo (Natália ficou em segundo lugar no Miss Universo 2007). Agora, qualquer beleza não se sustenta por muito tempo. Ninguém agüenta uma pessoa mal-humorada, por mais linda que seja. Ninguém vai querer ficar perto dela, por isso é tão importante cuidar do que vem de dentro, estar bem consigo e com Deus.

OP
- Mas você foi uma miss bastante popular, como não víamos há vários anos...

Natália
- A popularidade vem como conseqüência de cada um. Do carisma e da empatia que eu tive com as pessoas até chegar ao final do concurso. Por isso, não me canso de agradecer ao meu pai. A miss tem que dar várias entrevistas e, por eu saber inglês, me comunicava muito bem e fiquei popular entre os organizadores, conversava com todo mundo. Eu já estava entre as favoritas antes da final. Se eu não pudesse me comunicar na língua deles, eu não mostraria segurança, seria mais difícil. Falar inglês ajudou a criar laços que, se houvesse a barreira da língua, seria bem mais difícil de construir.

OP
- Como controlar o ego e lidar com as vaidades quando se é considerada a mulher mais bonita do Brasil?

Natália
- Para mim é mais fácil, primeiro que eu não acho que sou a mais bonita. Acho que foi só um título que ganhei. Com muita honra, claro, de representar o Brasil. Mas, convenhamos, acho muito feio uma mulher para quem o mais importante na vida é a beleza, quando tudo gira em torno da aparência. Para além de buscar a beleza, é preciso buscar carisma, tentar evoluir como pessoa. Esse é a beleza da qual devemos ter orgulho, é ela que faz crescer. A beleza é importante para mim porque ajudou a abrir portas, para eu conhecer as pessoas e para elas me conhecerem. As pessoas dizem: “Ah, mas ela só conseguiu ficar famosa por causa do concurso de miss”, e eu falo “claro que sim, foi uma porta”. A oportunidade de ser vista eu só tenho que agradecer ao Miss Brasil. Agora, essa continuidade, só depende de mim.

OP
- Você já recebeu ofertas Playboy? Pensa em aceitar?

Natália
- Já recebi propostas algumas vezes, mas nunca tive muita vontade. O exemplo que eu quero passar é outro, de mensagem de Deus e de fé, não combina com esse tipo de atitude. Respeito as pessoas que fazem esse trabalho, mas não combina comigo.

OP - Você sentiu preconceito ou resistência na aceitação do seu trabalho por ser uma ex-miss?

Natália
- O preconceito existe, não tem como fugir dele, mas graças a Deus, a força do trabalho e de vontade faz com que a gente não ligue para isso e consiga seguir em frente.

OP
- O que você achou da eleição da nova Miss Brasil? Você se sentiu bem representada?

Natália
- Eu sou miss, não sou jurada... Eu não sei, isso foi uma decisão dos jurados. A Natália (Anderle, do Rio Grande do Sul) é bonita e simpática, inteligente, não sei como será o trabalho dela, mas creio que sim. Se ela foi escolhida, era porque era a melhor.

OP - Sua personagem, Ariadne, se transforma em aranha quando contrariada. E como é a Natália Guimarães com raiva?

Natália
- Leio o salmo 91 e a oração de São Miguel Arcanjo. Não há nada melhor que isso.


OPovo

Um comentário:

Unknown disse...

A Ariadne não era para morrer não gostei por que ela morreu