André Segatti: Um ator versátil

Ele faz TV, cinema, teatro e agora que passou pela experiência de viver um cadeirante, em “Os Mutantes”, se engajou na campanha pelos direitos das pessoas deficientes

André estreou na Record com a novela "Prova de Amor" e roubou a cena na pele do seu primeiro vilão, o bandido Gerião. Agora, em "Os Mutantes", ele dá vida a Ernesto, um policial bom caráter que sofre um atentado no dia do seu casamento, fica paraplégico mas, com a ajuda de uma menina que tem poderes sobre naturais, é curado.

O ator diz que passou a observar as dificuldades que um deficiente passa e resolveu abraçar a causa usando o seu trabalho para chamar a atenção das pessoas para essa realidade. "Tem que se falar mais sobre esse assunto. A participação da imprensa é importantíssima para tirar o tema do isolamento. As cidades não têm o mínimo de estrutura para facilitar a vida dos deficientes" denuncia o ator.

E André levou a revista "Minha Novela" para conhecer, junto com ele, o IBDD - Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência -, que está sendo divulgado pelo autor Tiago Santiago na novela. Lá, os cadeirantes que sofrem o mesmo drama do seu personagem, Ernesto, elogiaram bastante o trabalho do ator e a forma como o assunto foi abordado na novela.

André fez perguntas, recebeu informações e se interessou pela história de vida de cada pessoa que ele teve o prazer de conhecer.

Um aprendizado dolorido
Como foi fazer as cenas em que seu personagem descobre que está paraplégico?
Foi desesperador. O texto me emocionava muito, foi muito forte para mim fazer a cena. Eu fiquei no estúdio 8 horas gravando cenas de choro convulsivo. Eu urrava, era uma dor que vinha da alma, e eu senti essa dor no meu corpo. Fiquei dois dias sem sair de casa, com olho inchado, sem voz.

Como é viver um vilão e pouco tempo depois um mocinho?
Ser ator é se doar para o personagem. No vilão, eu tive que pintar o cabelo de preto e emagrecer 10 kg. O Ernesto viveu tudo, o amor, o senso de justiça, o drama, a emoção, a depressão. Essa mudança radical de um personagem para o outro é que me motiva.

Fez laboratório para viver o policial e a paraplegia
O laboratório é fundamental para que você tenha consciência do que vai fazer quando está gravando, para que haja exageros e que não faltem elementos para compor o personagem. Visitei delegacias e clínicas especializadas. Fui desenvolvendo esse personagem também com referência de amigos que ficaram paraplégicos e outros que já nasceram paraplégicos.

O que te motivou a fazer esse personagem?
Falar sobre a paraplegia, foi o que me motivou. O personagem é muito rico. Com ele, pude levar uma mensagem para as pessoas que têm tudo e não valorizam nada. Foi uma lição de vida para mim!

Você está envolvido em outro trabalho ou só com a novela?
Estou fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, gosto de trabalhar, de estar criando. Estou dando um curso de assistente de direção com a Juliana Coqueiro e produzindo um curta chamado "A cor da Honra", que trata basicamente de racismo e inversão de valores. Em janeiro começo a gravar o longa "Síndrome", que aborda a síndrome do pânico.

Com tanto trabalho, onde você busca energia?
Em Deus e na minha família. Sou cristão, acredito muito em Deus, tenho muita fé. É o que faz com que eu fique forte e consiga vencer todas as barreiras da vida. Perto da minha família, eu me energizo.

Como é trabalhar na Record ?
A Record é uma empresa maravilhosa, que te dá extrema liberdade de criação. E trabalhar com o Tiago é genial. É um autor jovem, brilhante, sensível, que revolucionou o mercado televisivo.

E o coração do André?
Estou namorando a Ádila Soares há cinco meses. Ela é uma pessoa do bem, maravilhosa, companheira, inteligente. Estou muito feliz!

Fonte: Revista Minha Novela